sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Luto no mundo das Grifes



Eliana Tranchesi, herdeira da butique Daslu, morreu aos 56 anos na madrugada desta sexta-feira (24.02) em São Paulo, depois de uma luta de 6 anos de contra um câncer de pulmão.

A empresária era filha da socialite Lúcia Piva de Albuquerque, que, ao lado de Lourdes Aranha dos Santos, iniciou nos anos 1950 o conceito de butique fechada que viraria a Daslu anos mais tarde. Eliana assumiu a loja nos anos 1980, quando começou a trabalhar o conceito das grifes estrangeiras ao lado das marcas nacionais, aproveitando a abertura das importações, e criou a marca de roupas da própria Daslu. Em 2005, trocaria a loja na Vila Nova Conceição pela Villa Daslu, um prédio luxuoso em estilo renascentista, transformando a Daslu no primeiro shopping de luxo do país - e atraindo a atenção da mídia internacional com o conceito de atendimento personalizado que fazia tão bem.

Gloria  Kalil traduziu em palavras  o  que  eu  sempre  achei, e  tentei  aplicar  na minha pequenina  loja  por anos. leiam.  Umas  das  melhores  comerciantes  que este país  ja teve

Nunca - mesmo depois daquela midiática prisão acompanhada por todas as televisões da cidade em julho de 2005 - consegui enxergar Eliana Tranchesi como uma mulher com graves problemas com a Polícia Federal ou uma pessoa que, diagnosticada com câncer no pulmão, teria um futuro difícil pela frente.

Eu só via diante de mim uma das melhores comerciantes que este país já teve. Uma pessoa forte, animada, presente, extremamente amável, ligada em seu trabalho 24 horas por dia, preocupada com os menores detalhes de cada desfile, cada artigo de sua revista, cada novidade que fazia acontecer o tempo todo na sua loja.

Uma pessoa que, mesmo com todos os problemas que enfrentou nos últimos anos, nunca parou de olhar para a frente e de se esforçar para dar o melhor atendimento à sua clientela e de cercá-la dos mais delicados carinhos mandando flores, bombons e presentes superpersonalizados em todos os dias das mães, dos namorados, Natais e aniversários, sempre embrulhados em muitas fitas e um bilhetinho carinhosos escrito de próprio punho. E quando não havia motivo ou data no calendário para um agrado na sua clientela querida, ela inventava.

Eliana tinha foco total nas suas clientes/amigas; conhecia pessoalmente cada uma delas e sabia exatamente o tipo de vida que levavam, o tipo de lugares que frequentavam, as festas que iam. Desse modo enchia sua loja com tudo que essa pessoa precisasse ou pudesse querer. Ela conhecia seus gostos, suas necessidades, seus desejos. E virava o mundo para satisfazê-la. Ela descobriu antes de todo mundo que uma loja maravilhosa é aquela que dá à cliente uma experiência de encantamento que ela nem sabia que queria.

E foi isso que ela fez a Daslu ser.

Eliane deixa três filhos: Bernardino, Marcela, Luciana. Todos envolvidos na mesma atividade que foi a paixão da sua vida, o comércio e o desejo de servir à clientela. Nosso carinho e solidariedade para com eles neste momento tão triste e o desejo de que saibam aproveitar tudo de bom que essa mamãe supercraque ensinou e deixou para eles.
 

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